quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Raio X: Twilight of the Gods - O Paradoxo do Progresso (parte 2)

(Para ler a primeira parte deste raio-x clique aqui)

Graças ao progresso técnico-científico dos últimos séculos, a humanidade chegou a um patamar incrível. Hoje produzimos alimentos suficientes para alimentar a humanidade várias vezes, temos tecnologia suficiente para produzir bens necessários com muito pouca mão-de-obra. Sobra tanta gente que a maioria das pessoas no ocidente trabalha no setor de serviços, muitas vezes em cargos puramente burocráticos. Por que então todo esse alarmismo em Twilight of the Gods?

Não podemos fazer uma relação simples entre progresso e esclarecimento. Antes do século XVIII, a humanidade nem sonhava com o nível de conhecimento que temos hoje. Nem por isso podemos dizer que somos mais inteligentes, ou ainda, melhores que eles. Assim como na maior parte da história da humanidade, o conhecimento ainda é algo exclusivo para uma minoria. A diferença essencial é que: enquanto antes a maioria das pessoas não tinha acesso a educação e as mais diversas teorias de sua época, hoje, muitos de nós, têm a acesso a boa parte do conhecimento produzido pela humanidade e, ainda assim, a maioria de nós continua alienada dos diversos processos que regem a nossa existência. Essa contradição não é fácil de explicar.

Até o século XIX, discutia-se como poderíamos ser iguais se não havia recursos para todos, a partir do momento que conquistamos a tecnologia para produzir em uma escala suficiente para dar uma vida digna a todos, a discussão esvaziou-se. Durante o século XX os ideais igualitários foram sendo minados de forma precisa tanto pela ideologia americana quanto pela ideologia soviética. A queda do socialismo soviético só intensificou esse sentimento de que não devemos nos arriscar mudando o mundo.

São muitos os fatores que engessam a nossa sociedade, um dos principais, na minha opinião, está na cabeça das pessoas. Até Freud escrever sobre psicanálise, achávamos que controlávamos nossas escolhas. Hoje sabemos que o nosso subconsciente e o nosso inconsciente têm um poder grande sobre nossas ações. Acredito que nos acostumamos tanto com o nosso próprio modo de vida que temos medo de mudança. Para termos um mundo sem desigualdades, precisaríamos abrir mão de muitas coisas.

Acho que a nossa sociedade se baseia fortemente no consumo, muitas vezes a vida de uma pessoa se apoia basicamente nele. Tudo hoje em dia é consumível, não há mais incentivo para a produção fora da esfera de massa. Mesmo quando o Helloween faz suas músicas criticando a sociedade vigente, o formato que essa música chega para os fãs e que a banda se sustenta a partir da música é voltado para o consumo. O consumo foi importantíssimo para manter o capitalismo durante todas as suas crises, é ele que justifica alguém trabalhar muitas horas por muito pouco, mesmo já tendo como garantir as necessidades. É o consumismo que faz com que as classes mais baixas também tenham algo a perder. 

É essa valorização do consumo que nos faz, tanto ricos como pobres, desdenhar do conhecimento. Não estamos preocupados com política, ciência, religião e filosofia, o que queremos saber é quando vamos ter dinheiro suficiente para comprar um carro, quanto foi o jogo do Corinthians ou quem vai ficar com quem na novela. Claro que isso varia de intensidade para cada individuo, mas poucos de nós aceitaríamos viver em um mundo onde a prioridade é o conjunto e não o nosso bem-estar.



Esse desdém por questões fundamentais do conhecimento é o que tira do progresso o seu potencial esclarecedor. Hoje a ciência tem explicações minuciosas sobre o funcionamento da natureza, mas quem se importa? Quem é que está por dentro das teorias políticas para avaliar em quem votar (ou se deve votar)? É esse vazio de interesse da maior parte da população que faz com que a tecnologia possa ser usada das formas mais perversas possíveis, só assim que alguém consegue usar como justificativa a ciência para assassinar milhões de pessoas. 

É isso que a Twilight of the Gods nos alerta, o progresso é perigoso. Se a sociedade não for capaz de julgar o que é bom para ela, se não se interessar pelo que acontece nos âmbitos de poder, se apenas aceitar as coisas como entregam pra ela, ficaremos a mercê de nossas próprias criações, dependentes dela. Talvez já estejamos.

Aliás, o Corinthians joga hoje né? Vai Timão!!

domingo, 28 de agosto de 2011

Review: Sounds of Violence - Quer liberdade de expressão? Então toma!

Há vários aspectos da vida que discutimos fervorosamente, nos sentimos impelidos a fazer as críticas mais duras possíveis àquilo que consideramos errado. Não é incomum vermos pessoas exaltadas criticando visões políticas, guerras e até mesmo alguns costumes. Mas quando o assunto é religião, nem sempre temos coragem de falar com sinceridade, temos medo de desrespeitar alguém, como se falar mal de uma religião fosse um pecado grave por si só. Mas não é assim que o Onslaught enxerga a questão no seu novo CD "Sounds of Violence"


Sounds of Violence não fala apenas de religião. Temas como a intolerância, a guerra e a liberdade permeiam o todo o álbum. Com letras diretas e críticas duras, a banda aborda o atual cenário político europeu de segregação e intolerância. Como um bom thrash metal, eles não medem palavras para falar o que eles acreditam, inclusive nos temas mais polêmicos.

Uma coisa que nem todos percebemos é que a religião é uma questão de escolha. Ninguém nasce cristão, judeu ou mulçumano. Por mais que existam rituais de passagem que incluam as pessoas dentro de um determinado conjunto de crenças, não podemos esperar que uma criança tenha condições de escolher entre as mais variadas religiões. Pensando assim, a religião passa a ser algo questionável. Se existisse uma única religião perfeita, eventualmente as outras religiões se esvaziariam dando lugar à "verdadeira fé". Como isso parece que não vai acontecer tão cedo, nada mais justo do que questionar as crenças que foram passadas pelos seus pais e, assim como na política, quanto mais liberdade de expressão, mais chance de fazermos uma escolha consciente.



Os caras do Onslaught definitivamente não gostam do cristianismo. As letras são severas e até desrespeitosas. A música “Antitheist” resume muito bem esta crítica: “Liberdade de expressão é a minha liberdade de pensamento / Você me fez rezar por um deus que eu nunca acreditaria”

Para aqueles que conseguem entender ou abstrair toda essa sinceridade, Sounds of Violence é uma obra prima de Thrash Metal. Um CD com um vocal agressivo, ótimos riffs e muito bem produzido. Para os que gostam do thrash metal dos anos 80, não podem deixar de ouvir.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Raio X: Twilight of the Gods - Cuidado com os deuses da modernidade (parte 1)



Insania 2014

Jogamos fora nossos antigos deuses
Controlando nosso dia
Criamos deuses melhores
Agora nós que controlamos

Somos aqueles com o poder
Para subjugar nosso inimigo
Nossos deuses são a perfeição
E eles estão protegendo nossas vidas
Nós ainda precisamos de mais alguns deles
Para estar protegido contra o outro lado
Enquanto nós formos mais fortes
Nada irá acontecer conosco

Um flash de fogo na noite
Apenas um pesadelo
Guerra santa no céu... Nunca

Insania 2016

Erro no depósito 103
Nós vimos o sol durante a noite
Os belos deuses que nós mesmos criamos
Agora exterminam nossas vidas

Vozes vindas de cérebros de silicone,
Estão gritando “ataque” esta noite
Nossos deuses estão agora lutando
em fúria, queimando o nosso mundo
O dia final chegou
E não há lugar para se esconder
O futuro acabou
E não há mais volta

Flash de fogo na noite
Agora é realidade
Guerra santa no céu...

O Crepúsculo dos deuses
Insania está morta e enterrada
Um novo mundo nasceu
Mas o crepúsculo logo chegará!



Hoje falarei de "Twilight of the Gods" do Helloween, mais um clássico do heavy metal. O Helloween foi uma das primeiras bandas de metal na Alemanha e é pioneiro no metal melódico. A Twilight of the Gods está no CD de estreia de Michael Kiske nos vocais da banda, uma lenda no estilo. Além de todos esses fatores, a TOTG é uma ótima música, se você gosta de músicas rápidas e melódicas, ela é um prato cheio.

Mas o que falar da letra? É genial! A TOTG foi lançada em 1987, o muro de Berlim ainda não tinha caído, era o fim da guerra fria. O sentimento de que o mundo poderia ser destruído em uma guerra nuclear ainda não tinha se dissipado por completo. Seria compreensível criticar a guerra fria em si, mas ao invés disso, Kai Hansen foi mais longe e criticou a humanidade.

A música narra eventos que ocorrem em um país fictício no futuro chamado convenientemente de “Insania”. É importante perceber que esses “deuses” citados na música são uma metáfora para o nosso modo de vida, coisas como progresso tecnológico, cultura e tradição. A ideia de que trocamos os nossos deuses antigos por deuses novos e melhores é uma forma de ironizar a prepotência da humanidade que passou a acreditar, com o avanço da ciência, que poderia finalmente controlar a natureza.

Já na segunda estrofe da música, é possível perceber os efeitos colaterais dessa mudança de perspectiva em relação à natureza e à tradição. A partir do momento em que o povo de Insania cria seus novos deuses, eles se tornam dependente deles. A percepção de que “Nós ainda precisamos de mais alguns deles para estar protegido contra o outro lado / Enquanto nós formos mais fortes, nada irá acontecer conosco” deixa isso bem claro. Outra sacada legal, é que esse “outro lado” nem aparece mais no resto da música, a ideia é mostrar a paranoia da guerra fria, onde tanto os americanos quanto os soviéticos se armavam freneticamente, até um ponto que poderiam destruir a Terra várias vezes.



Passado dois anos desde a parte inicial da narrativa, a coisa começa a desmoronar. Tudo aquilo que as pessoas de Insania acreditaram que garantiria a sua segurança, se voltou contra os próprios “insanianos” e agora não há mais nada o que fazer, esses “deuses” eram tudo que eles tinham. Pensando na metáfora, a partir do momento que a humanidade se apoia no progresso, a esperança é depositada sempre no futuro, quando esse futuro não se confirma, não temos mais nada para nos sustentar.

A ideia básica é que a racionalidade só é benéfica ao lado da emoção (sensibilidade). A racionalidade é muito útil para nos explicar como fazer as coisas, mas quando ela começa a nos dizer o que fazer, ficamos dependentes de nossas próprias criações. A partir do momento que uma sociedade é guiada por estudos puramente objetivos e governada por técnicos burocratas sem opinião, ela abdica de sua própria liberdade de escolha.

Na segunda parte (clique aqui) deste raio-X, vou explorar um pouco mais os problemas da super valorização do progresso e dar a minha opinião sobre isso tudo. Neste meio tempo, não deixe de votar na enquete do blog!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Death Match: Gamma Ray, Primal Fear e o fim do mundo!

Para alguns o fim do mundo está próximo, seja pelo juízo final ou pelas mudanças climáticas, para outros o fim do mundo é só um alarmismo oportuinista, mas para o heavy metal é um ótimo tema! O embate é entre duas músicas chamadas "Armageddon" e no post de hoje vocês leitores decidirão!

Gamma Ray - Armageddon


Primal Fear - Armageddon

De um lado temos a "Armageddon" do Gamma Ray, uma música bem trabalhada, com muitas variações. Com uma letra longa, que te leva para um universo cataclítico e te faz refletir sobre o sentido mais mítico do fim do mundo.

Do outro lado temos a "Armageddon" do Primal Fear, uma música pesada e que vai direto ao ponto, uma crítica ao fanatismo islâmico. Cheia de bons riffs e um ótimo vocal de Ralf Scheepers, essa música deixa de lado o politicamente correto e não mede as palavras.

Sensibilidade x Objetividade, Melodia x Peso, Reflexão x Crítica, qual será a sua escolha!

Vote no campo aí no lado direito da tela, vou deixar a enquete por umas duas semanas e a mais votada ganhará um ou dois posts só pra ela!

domingo, 21 de agosto de 2011

Review: Broken Heart Syndrome - A arte é cíclica, ainda bem!


Como é possível conhecer bandas novas? Há várias formas, desde indicações de amigos, mídia especializada e até buscas frenéticas na imensidão que é a internet. Porém, tem um jeito que tem tido um aproveitamento muito maior que essas convencionais e foi assim que conheci Voodoo Circle.



A forma consiste na seguinte, existem algumas bandas pelas quais somos fanáticos, que já viramos do avesso todos os lançamentos e ouvimos todas as versões de todas as músicas possíveis. Com o tempo, nós vamos para os “projetos” dos seus músicos que e é aí que está o pulo do gato. Como exemplo, eu vou falar do meu caso. A banda inicial é o Helloween. A partir dela, fui buscando coisas parecidas e a melhor fonte sempre foi procurar na biografia dos integrantes, assim eu também virei fã de Pink Cream 69, a antiga banda do Andi Deris, vocalista do Helloween, e Gamma Ray, banda do Kai Hansen, fundador do Helloween. Conhecendo o Gamma Ray o caminho mais lógico a seguir foi ouvir Primal Fear, banda do primeiro vocalista da banda, Ralf Scheepers. Graças a uma banda eu fiquei fã de outras três, sei que poderia levar isso mais longe (farei isso um dia), bandas como Iron Saviour, Place Vendome, Unisonic, Masterplan, Sinner são diretamente ligadas nessa “árvore” traçada a parir dos músicos da história do Helloween.



Voodoo Circle também foi uma banda que conheci graças a esses músicos. David Reedman (Vocal) é do Pink Cream e tem também Matt Sinner (baixo) que toca no Primal Fear. O CD que eu ouvi foi o “Broken Heart Syndrome” e o CD é muito foda! É um Hard Rock com uma pegada mais clássica, lembra algumas bandas como Whitesnake e Malmsteen. O líder da banda é Alex Beyrodt (guitarrista), ele tem todo um "jeitão" meio anos 70 e é isso que ele tenta passar nas composições.

O CD “Broken Heart Syndrome” é um ótimo CD de Hard Rock, tem de tudo, bons Riffs, linhas de vocal bem elaboradas, refrões pegajosos, não deixa nada a desejar. As minhas músicas preferidas são a “This Could be Paradise” e a “Broken Heart Syndrome” que valorizam bastante o vocal do Reedman. Os vocais dobrados ficam muito bem no timbre de voz dele, uma das melhores do estilo na minha opinião. “When Destiny Calls” e “Don’t Take My Heart” são outras músicas que também valem a pena serem ouvidas. Se você gosta de bandas como Whitesnake ou Deep Purple, você não pode deixar de ouvir Voodoo Circle, entendeu?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Raio X: Take no Prisioners - Calmaria antes da tempestade? (parte 2)

Este post é a continuação deste aqui. Não estranhe a falta de conexão com o heavy metal e até com a música, pois a parte “filosofia”, de vez em quando, vai falar um pouco mais alto. Não vejam isso como um problema, afinal, a arte inspira a reflexão.

A guerra é uma das maiores expressões da cultura humana, muitas das mudanças tecnológicas que contribuem para o nosso dia-a-dia foram motivadas por disputas bélicas. Algumas religiões e mitologias elevam a guerra a um patamar transcendental, como o conceito do Jihad islâmico, a ideia da Valhalla nórdica e até mesmo as Cruzadas cristãs. Muitos mitos nacionais têm como herói fundador um grande guerreiro que lutou bravamente pela libertação de seu povo, Moisés e Willian Wallace são ótimos exemplos. Mas, afinal, qual seria o papel da guerra hoje?

O século XX talvez tenha sido o século mais violento da história humana, só as duas grandes guerras mataram mais de 90 milhões de pessoas entre soldados e civis. Isso sem contar as várias lutas de independência nas colônias européias, os conflitos motivados pela guerra fria e várias outras guerras localizadas. Neste mesmo século fomos apresentados à “masterpiece” entre as armas de destruição em massa: a bomba atômica.



Agora nos encontramos no século seguinte e a guerra parece cada vez mais distante da nossa realidade. Após a guerra fria, o único grande susto que passamos foram os ataques terroristas do 11 de setembro, mas que, no final das contas, apenas serviu como justificativa para ações militares ocidentais em ex-colônias não-alinhadas. Uma “Terceira Guerra Mundial” é apenas motivo de inspiração para obras de ficção, o risco de uma hecatombe nuclear parece superado.

Claro que a guerra ainda ocorre em alguns pontos isolados, vemos lutas armadas pela democratização de algumas repúblicas e monarquias árabes. Israel e a Palestina continuam sendo motivo para matar e para morrer, os EUA não conseguem desocupar completamente os países dos quais eles mesmos “libertaram” e a África ainda parece estar longe de superar suas diferenças étnicas. Mas será que esse panorama vai durar por muito tempo?

Na parte 1 deste "raio x" os efeitos negativos da guerra foram muito bem explorados e eu, particularmente, não acho que valha a pena arriscar a própria vida por um ideal. Apesar da glamourização da guerra proporcionada pela cultura pop, inclusive pelo próprio heavy metal, ainda temos a clara ideia do ônus de um conflito armado. Mas há fantasmas a assombrar nossos planos de futuro pacífico.

Um dos fatores que justificaria novos conflitos armados é o fanatismo religioso. O oriente médio com seus problemas sociais e o seu destaque na economia mundial é um terreno fértil para que discursos belicosos baseados em crenças se disseminem. O mesmo fanatismo que faz um mulçumano jogar um avião em um prédio, faz também com que um judeu assassine seu próprio primeiro-ministro por negociar a paz com o inimigo. Essa história toda ainda pode ter novos episódios, caso o modelo teocrático do Irã seja adotado por países árabes que atualmente lutam contra seus regimes ditatoriais. Talvez isso não se espalhe pelo resto do mundo, mas a Al Qaeda já mostrou que o alcance do problema não se restringe apenas ao oriente médio.



Outro fator um pouco mais incipiente (que pode muito bem ser viagem da minha cabeça) é a crise econômica que o mundo vem sofrendo com a aparente falência dos modelos atuais, principalmente o europeu. É possível que, aos poucos, a Europa, o Japão e até os EUA percam sua posição de líderes mundiais para um sistema mais fragmentado de mercado. A discussão polarizada entre social-democracia e neoliberalismo parece fornecer cada vez menos respostas palpáveis para resolver o problema da recessão no primeiro mundo. Esse cenário já vem mostrando alguns sintomas no campo da violência. Protestos acalorados contra medidas impopulares de governos que cortam gastos sociais para evitar que o país quebre são cada vez mais comuns e intensos. Partidos de extrema direita agregam cada vez mais adeptos, disseminando a crença de que a culpa do desemprego é do imigrante que não “merece” ser tratado como igual. Os atentados ocorridos na Noruega talvez não sejam um caso isolado. Esse cenário lembra, ainda que vagamente, o mundo após a crise de 29.

Há ainda outros fatores não tão óbvios como a possível falta de recursos naturais a médio prazo e as rixas mal resolvidas entre a china e alguns de seus vizinhos. No século XIX, após a era napoleônica, também houve uma sensação de paz contínua na Europa que não se confirmou. Será que conseguiremos passar o século XXI sem jogar uma bomba atômica em alguém? Isso só o tempo dirá.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Raio X: Take no Prisioners - A Guerra Não é Nada Engraçada (parte 1)

 



Tendo uma chance, infiltre-se
Entenda bem, extermine-os
Os Panzers vão permeá-los
Fira o orgulho deles, Denigra-os
E o povo, retroceda-os
Tifo, deteriore-os
Epidemia, Devaste-os
Não faça prisioneiros, queime-os

Indo pra guerra, de-lhes o inferno
Dia D, próxima parada: Normandia
O inicio do fim
Nós sabemos como e com toda certeza iremos ganhar
Guerra é paz, com certeza
Um refúgio para os condenados
Um playground para os dementes
Um abrigo para aqueles que andam neste mundo
Desprovidos de coração e alma
Amor e guerra eles dizem que vale a pena.
Tire a vida dele, mas não leve seu cabelo
O seu corpo tem partes que sua pátria pode dispensar
Aliás garoto, aqui está a sua cadeira de rodas

Ele já teve que ser tudo que poderia ser.
Agora ele não é nada pra ninguém, nenhum lugar pra ver
Engraçado, ele é como eu ou você
É engraçado, engraçado
Lágrimas riscam seu olhar solene
Abandonado aos destroços, ninguém liga
Ninguém sabia o que aconteceria lá.
Ninguém contou, ninguém nem se atreveu
Não pergunte o que você pode fazer pela sua pátria
Pergunte o que a sua pátria pode fazer por você
Não faça prisioneiros, Não leve nada!



Vivemos hoje em tempos de paz relativa, a guerra está mais concentrada em focos específicos, por motivos variados. Após o fim da guerra fria, boa parte do mundo pôde respirar um pouco mais aliviado. Há vários motivos para entrar em guerra e , geralmente, quem participa ativamente dela sai perdendo. É sobre isso que a “Take no Prisioners” do Megadeth trata, e este post também o fará.

Essa música não foi escolhida a toa, além de fazer parte de um dos melhores CDs de heavy metal da história (Rust in Peace), ela apresenta características atípicas para uma faixa de thrash metal. A começar pelo fato de não ter refrão, dando uma sensação maior de argumentação.

Na composição de Take no Prisioners, Dave Mustaine utiliza uma técnica muito interessante para defender seu ponto de vista. Ele começa enfatizando o lado oposto, para, só no fim, mostrar a sua verdadeira opinião. No começo temos a impressão de estarmos ouvindo uma verdadeira marcha em direção ao campo de batalha. A forma em que o vocal e o backing vocal se alternam, imitam muito bem aquelas canções para manter o ritmo da marcha. Claro que já é possível perceber o sarcasmo na letra e ele se intensifica na segunda parte.

É na segunda parte que somos apresentados a guerra que a música trata: a segunda guerra mundial. É interessante a escolha, pois os americanos têm muito orgulho da sua participação nessa guerra e os seus veteranos são vistos como heróis. diferente da guerra do Vietnã, por exemplo, que foi uma guerra muito mais fácil de criticar. Aqui o sarcasmo fica mais evidente, as justificativas a favor do sacrifício de quem se arrisca se alistando são mais exageradas, dando indícios da opinião defendida na letra, que virá mais objetivamente na parte seguinte.



É na terceira parte que o objetivo da música fica absolutamente claro, o problema não são os prisioneiros, nem a tifo, nem se guerra é um playground, o verdadeiro problema são as pessoas e o que é feito delas. A guerra, como dito anteriormente, nunca é bom para que está lá na linha de frente, lá as pessoas são tratadas como números. Como já diria Stalin: Quantidade tem uma qualidade muito própria ("Quantity has a quality all of its own"), na guerra as pessoas são mandadas para morrer. Na segunda guerra mundial, a URSS ganhou praticamentte sozinha no flanco oriental da guerra na Europa e, ao mesmo tempo, foi o país com o maior número de mortes.

Outro bom exemplo para ilustrar o ponto de vista da música é a guerra do Vietnã. Como os EUA estavam defendendo o Vietnã do Sul e não avançando contra o Vietnã do Norte, eles não tinham como medir as vitórias e as derrotas a partir do avanço de território. A única alternativa foi contar o número de mortes. Pensando assim, os EUA estiveram sempre a frente na guerra, mas saíram de lá com o rabo entre as pernas (como é possível ver no vídeo abaixo). Para ganhar uma guerra, nem sempre adianta preservar a vida de seus soldados.



Na segunda parte deste post (clique aqui!), vou analisar outra face da questão, há utilidade em uma guerra? Para quem?

sábado, 13 de agosto de 2011

Review: Iconoclast - Onde Aço e Carne Colidem

Muita gente que gosta de Heavy Metal fica presa no passado, principalmente no que foi produzido nos anos 80. Mas têm muita coisa boa sendo feita hoje em dia. Neste post eu vou falar de um dos melhores álbuns lançados este ano: Iconoclast do Symphony X.



O principal mérito do CD é o seu equilíbrio. As composições são refinadas, Michael Romeo recheia todo o disco com riffs geniais e solos impressionantes. As melodias são muito bem elaboradas e o vocal de Russel Allen continua foda como sempre. As músicas são complexas, mas nem um pouco entediantes. Musicalmente, é uma verdadeira obra prima.

Mas eu vou dar uma atenção maior para as letras neste post. Não acredito que, para um CD ser bom, ele precise ter letras boas. Este CD do Symphony X se justifica só pela musicalidade, as letras são um bônus, mas um bônus sensacional.

Iconoclast é um álbum conceitual. Todas suas músicas seguem a mesma temática: máquinas tomando o controle de tudo. As músicas parecem estar ambientadas em um lugar onde, em algum momento, as máquinas começaram a pensar e ficaram mais poderosas que os homens. Elas, então, começaram a incorporar as pessoas no seu modo de vida, transformando as pessoas em máquinas também, retirando-lhes as suas imperfeições.

É assim que as letras são ambientadas, algumas apresentando essa situação, outras mostrando as suas consequências. Há um sentimento de resistência e luta no que sobrou na humanidade, mesmo parecendo que o domínio é irreversível. A coragem inclusive é ajudada pelo sentimento de que tudo já está perdido. O ódio e a angústia são sentimentos muito bem demonstrados em músicas como “dehumanized” e “Bastards of the machines”.



Na capa do CD vemos uma pessoa sendo reconstruída. O que mais me chamou a atenção foi a face da máquina que parece ser um símbolo quase sagrado. A face é formada a partir de outras duas faces humanas, valorizando o coletivo em relação ao individual. Como se a face do deus máquina fosse o conjunto de todas as faces, o que importa para as máquinas é o todo, não as partes! A principal luta dos rebeldes é se manterem como indivíduos.

Não deixe de ouvir este CD!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Raio X: The Number of the Beast - Culto ou Narrativa? (parte 2)

Não adianta ler a parte 2 sem ter lido a parte 1! Lá eu falo as minhas impressões sobre a The Number of the Beast e justifico o tema.

Para entender a motivação que levaria o Iron Maiden a escrever uma música mencionando um ritual satânico sem muito rodeio, precisamos voltar mais um pouco no tempo. Os anos 70 foram os anos do rock progressivo. Era o ápice do eruditismo no rock. Bandas como Pink Floyd e Jethro Tull incorporavam temas e instrumentos eruditos em suas músicas conceituais. Paralelamente, o Hard Rock e o Heavy Metal estavam consolidados na imagem de Bandas como o Led Zeppelin e o Deep Purple.

Não é incomum na arte que um novo estilo seja radicalmente oposto ao anterior, isso também ocorre no rock. Na metade dos anos 70 nascia o Punk Rock, um estilo agressivo caracterizado pela radicalização política e a filosofia do “faça você mesmo”. Porém, quando o punk começou a se firmar no cenário inglês,o heavy metal ameaçava ser deixado de lado, mas a resposta veio à altura, nascia o New Wave of British Heavy Metal.

O NWOBHM. Trazia de volta alguns elementos do heavy metal que já eram praticado nos anos 70, mas  incrementava com tempos mais rápidos e som mais pesado e até mesmo alguns elementos do próprio punk. Era um estilo jovem condizente com aquele momento de transição tanto musical quanto política. Foi o NWOBHM que possibilitou estilos de metal mais extremos como o thrash metal e o death metal.

Inserido no NWOBHM, o Iron Maiden se diferenciava das outras bandas de sua época. Enquanto as outras bandas cantavam sobre política, sexo e drogas, a banda de Steve Harris estava cantando sobre história (Genghis Khan) e literatura (Phantom of the Opera). Ainda que, no começo da banda, fosse possível perceber as influencias de sua época. No single Sanctuary vemos o Eddie assassinando a então primeira-ministra Margaret Thatcher.


Outro fator importante de ressaltar é que, nos anos 80, o histórico da religião contra o rock era bem recheado. A igreja se posicionava contra este estilo de música desde a época dos Beatles e nada melhor para incentivar alguém do que proibi-lo. Citações e críticas a elementos religiosos cresceram no rock de forma vertiginosa após John Lennon dizer que era mais famoso que Jesus. As críticas vão desde o “no religion too” da musica “Imagine”, do próprio Lennon, até bandas declaradamente satânicas de black metal. Mas é importante saber separar as coisas, algumas vezes os elementos religiosos não são utilizados como crítica, apenas como elementos de terror.

Nada melhor que o sobrenatural para criar um ambiente de horror na arte. Ninguém estranhou a explicação para os primeiros filmes de George A. Romero para os zumbis. A lógica era simples, o inferno estava lotado, os mortos não tinham outro lugar para andar que não fosse a própria terra. A Igreja católica também teve os seus momentos de terror na arte. A figura abaixo foi pintada por uma freira, em uma enciclopédia de imagens no século XII.



O terror como gênero artístico ajudou a fundar o Heavy Metal. O Black Sabbath com suas letras sombrias, fazendo referencias a rituais pagãos, moldaram muito do que seria a estética do Metal. Mesmo quando não relacionados com religião, os temas como morte, violência, ocultismo são marcantes no gênero até hoje. A donzela de ferro teve como um de seus principais méritos não se deixar levar pela onda minimalista de sua época, mas produzir músicas contestadoras de formas variadas, com um pouco do eruditismo dos anos 70 em suas composições.

Aparentemente, (entenda: “eu li na Wikipédia que...”) uma das inspirações de Steve Harris na composição de The Number of the Beast é um poema escrito no fim do século XVIII chamado Tam o' Shanter. Devido ao meu inglês aprendido em seriados e filmes pipoca (além de música é claro), não sou capaz de entender um poema em um inglês tão arcaico. A história parece ser de um fazendeiro que se deparou com umas bruxas fazendo um ritual sombrio, então ele foi então perseguido e morto por uma delas.
 
A semelhança mais marcante com a música do Iron Maiden é o fato de ser um poema narrativo, ou seja, um poema com enredo, um conceito que é muito utilizado no heavy metal até hoje. Não é raro encontrar músicas com mais de 10 minutos que narram grandes épicos (como em And Then There Was Silence). Talvez, os críticos religiosos não tenham percebido que nem sempre as músicas querem convencer o ouvinte de algo, quem ouve metal sabe que é muito normal que uma música queira apenas contar uma boa história. Porém quando analisamos uma obra de forma parcial, com uma leitura direcionada, encontramos mensagens satânicas até na música “paparazzi” da Lady Gaga!

Não sabemos o que pode ter passado exatamente na cabeça de Steve Harris quando ele compôs um dos principais clássicos do rock. Talvez até possa ter sido obra do Cão, mas olhar para essa pérola musical com preconceito, pode te privar de uma experiência musical única.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Raio X: The Number of the Beast - Fuja da Maligna Horda Cantante (parte 1)




Narrador: Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo. (Apocalipse cap. XII ver. 12). Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. (Apocalipse cap. XIII ver. 18)

Eu saí sozinho
Minha mente estava vazia
Eu precisei de tempo para pensar, para resgatar as memórias de minha mente

O que eu vi?
Poderia eu acreditar?
Que o que eu vi aquela noite era real e não apenas fantasia

Logo o que eu vi
Nos meus antigos sonhos
Seriam reflexões da minha mente perturbada me espreitando?

Porque nos meus sonhos
Está sempre lá
O rosto maligno que retorce minha mente e me leva ao desespero

Yeah!!

A noite está escura, não adianta eu me esconder
Porque eu tinha acabado de ver, alguém me observando
Na neblina, figuras negras se moviam e se retorciam
Será que era mesmo pra valer ou apenas alguma forma de inferno

666 o número da besta
Inferno e fogo foram gerados para serem liberados

Tochas foram acesas e cantos sagrados foram entoados
E eles começaram a clamar, com as mãos levantadas aos céus
Durante a noite, os fogos queimavam forte
O ritual tinha começado, o trabalho de Satã estava feito

666 o número da besta
O sacrifício está acontecendo nesta noite

Isso não pode continuar, eu preciso informar as autoridades.
Isso ainda poderia ser real, ou apenas um sonho maluco?
Mas me sinto atraído para a maligna horda cantante
Parecem hipnotizar, não dá para evitar seus olhos.

666 o número da besta
666 o número para mim e para você

Eu estou voltando, eu retornarei
E possuirei seu corpo e te farei queimar
Eu tenho o fogo, tenho o poder
Tenho o poder de fazer o meu mal seguir o seu curso


Esta é a minha tradução do clássico “the number of the beast” do Iron Maiden. Essa música está sempre entre as citadas para comprovar o satanismo no heavy metal, a ponto de terem censurado a banda de tocar no Chile em 1992. Hoje em dia essa discussão está um pouco ultrapassada, mas ainda gera discórdia, afinal, por que eles não falam de outra coisa?

Claramente a música narra um evento sinistro, que não parece acabar muito bem. Pense bem, você tem constantemente sonhos assustadores com o anjo caído, resolve sair à noite sozinho e de repente o sonho começa a se repetir. Você não sabe se é realidade ou não, só o que você sabe é que hordas cantando músicas satânicas começam a te deixar maluco. O nível de insanidade é tão grande, a ponto de você achar realmente importante “avisar as autoridades” ou “avisar a lei”, eu ficaria muito mais preocupado em rezar um pai nosso, achar algo de metal para encostar, cruzar os dedos, sei lá! No fim das contas, você se juntou àquela horda de figuras retorcidas cantantes e agora sai ameaçando as pessoas, dizendo que vai possuir o corpo delas. Não parece ser nada agradável.

É interessante perceber que no fim da letra e no refrão, parece que o eu lírico é o próprio tinhoso, mas acredito que há a possibilidade de ser o mesmo personagem sonhador pirado do começo da música. Essa minha dúvida surgiu pelo fato de ele parecer vencido na parte que ele diz “Mas me sinto atraído para a maligna horda cantante / Parecem hipnotizar, não dá para evitar seus olhos.”. De duas uma: ou ele se perdeu completamente, foi possuído e agora ameaça o ouvinte; ou ele realmente estava sonhando e acordou no ápice do pesadelo, não sem antes ouvir um recado do chifrudo. De qualquer forma, em nenhum momento há um alívio do terror acometido na música.

Supondo que Satã tenha realmente encomendado essa música para disseminar o ódio e atacar os bons costumes sagrados, isso ainda não tiraria o valor artístico de The Number of the Beast. A estrutura da música é circular, é como se o evento se repetisse inúmeras vezes em uma mente perturbada. O vocal do Bruce Dickinson da uma sensação de realidade rara em uma música, quase uma atuação. O Riff inicial cumpre uma função de trilha sonora, como em um filme, criando o clima de tensão. Tudo isso combinado, no ano de 1982, deve ter causado um grande alvoroço.

Durante os meus 12 anos, essa música era sempre uma das mais difíceis de defender quando diziam que rock era coisa do diabo. Naquela época, não me importava muito com a letra da música, eu ficava encantado com os riffs e com a melodia, isso era o suficiente pra mim. O meu inglês era inexistente, mesmo com a ajuda de um dicionário, era difícil explicar sobre o que era aquela música que eu ouvia compulsivamente. Claramente, eu defendia que era uma letra de terror e que não tinha nada de mais. Mas para agravar a situação, a capa do CD homónimo mostra o Eddie, mascote da banda, “manipulando” o demônio, um prato cheio para sensacionalistas de plantão.



Uma música tão controversa não poderia alcançar o patamar de hino do rock, se não estivesse inserida no contexto de sua época. Estamos falando de 1982, 3 anos antes Margaret Thatcher assumia como primeira-ministra inglesa e começavam as suas políticas neoliberais. Nesse momento o movimento Punk e o New Wave of British Heavy Metal encontraram terreno fértil para desabrochar. Com letras contestadoras e sonoridade mais agressiva, esses estilos encontraram um público de jovens desempregados nos pólos industriais britânicos.

Essa foi a primeira parte deste post que ficou gigantesco! Na minha próxima postagem, falarei sobre o contexto em que essa música foi criada e rebaterei a ideia de satanismo nessa grande música.

domingo, 7 de agosto de 2011

O Primeiro de Muitos

Olá leitor! Seja bem-vindo ao meu blog!

Antes de qualquer coisa, acho bom me apresentar. Meu nome é Vinícius, sou um adorador de metal há muitos anos, um dos meus passatempos preferidos é refletir sobre as músicas que ouço e agora resolvi dividir com vocês. Gosto também de pensar em vários assuntos, dificilmente deixo de prestar atenção no que vejo e sempre tento entender o que há por trás das coisas da vida.

Essa será a essência deste blog. Muitas das minhas bandas preferidas tentam passar alguma mensagem em suas letras. Não é raro ver bandas que contam histórias grandiosas em seus CDs, narram acontecimentos memoráveis em apenas 4 minutos, adaptam fatos históricos, filmes, livros, biografias e tudo mais que uma obra de arte pode fazer. Assim como qualquer forma de arte, as músicas de heavy metal podem ter diversas interpretações e eu adoro explorar o que há escondido em cada verso.

Quando eu ouço uma música inspirada em um livro que eu li, é como reviver aqueles momentos de uma nova forma, assim como uma adaptação para o cinema. A sensação de suspense no começo da música Raining Blood do Slayer me impressionou mais do que muitos filmes de terror. Ouvir críticas sociais em uma música me faz refletir tanto quanto uma reportagem ou uma dissertação. 



Acho que a arte pode comunicar idéias de uma forma que vai além do raciocínio, muitas vezes nos sentimos tocados por uma frase de efeito de uma música ou um poema, apesar de não conseguirmos explicar exatamente o motivo de imediato. É essa visão sobre a arte do heavy metal que eu tentarei trazer em meus futuros posts. Tentarei discutir temas interessantes levantados pelas músicas e pelo universo Headbanger em geral.


Mas antes que você se desanime, não será só isso! Neste espaço outras pessoas serão convidadas a contribuir com artigos relacionados. Além disso, sempre que pertinente, recomendarei bandas e CDs, comentarei notícias e compartilharei conteúdos pertinentes ao blog.

Espero que gostem, em breve, atualizarei o blog com um post pra valer!