Há vários aspectos da vida que discutimos fervorosamente, nos sentimos impelidos a fazer as críticas mais duras possíveis àquilo que consideramos errado. Não é incomum vermos pessoas exaltadas criticando visões políticas, guerras e até mesmo alguns costumes. Mas quando o assunto é religião, nem sempre temos coragem de falar com sinceridade, temos medo de desrespeitar alguém, como se falar mal de uma religião fosse um pecado grave por si só. Mas não é assim que o Onslaught enxerga a questão no seu novo CD "Sounds of Violence"
Sounds of Violence não fala apenas de religião. Temas como a intolerância, a guerra e a liberdade permeiam o todo o álbum. Com letras diretas e críticas duras, a banda aborda o atual cenário político europeu de segregação e intolerância. Como um bom thrash metal, eles não medem palavras para falar o que eles acreditam, inclusive nos temas mais polêmicos.
Uma coisa que nem todos percebemos é que a religião é uma questão de escolha. Ninguém nasce cristão, judeu ou mulçumano. Por mais que existam rituais de passagem que incluam as pessoas dentro de um determinado conjunto de crenças, não podemos esperar que uma criança tenha condições de escolher entre as mais variadas religiões. Pensando assim, a religião passa a ser algo questionável. Se existisse uma única religião perfeita, eventualmente as outras religiões se esvaziariam dando lugar à "verdadeira fé". Como isso parece que não vai acontecer tão cedo, nada mais justo do que questionar as crenças que foram passadas pelos seus pais e, assim como na política, quanto mais liberdade de expressão, mais chance de fazermos uma escolha consciente.
Os caras do Onslaught definitivamente não gostam do cristianismo. As letras são severas e até desrespeitosas. A música “Antitheist” resume muito bem esta crítica: “Liberdade de expressão é a minha liberdade de pensamento / Você me fez rezar por um deus que eu nunca acreditaria”
Para aqueles que conseguem entender ou abstrair toda essa sinceridade, Sounds of Violence é uma obra prima de Thrash Metal. Um CD com um vocal agressivo, ótimos riffs e muito bem produzido. Para os que gostam do thrash metal dos anos 80, não podem deixar de ouvir.
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