Muita gente que gosta de Heavy Metal fica presa no passado, principalmente no que foi produzido nos anos 80. Mas têm muita coisa boa sendo feita hoje em dia. Neste post eu vou falar de um dos melhores álbuns lançados este ano: Iconoclast do Symphony X.
O principal mérito do CD é o seu equilíbrio. As composições são refinadas, Michael Romeo recheia todo o disco com riffs geniais e solos impressionantes. As melodias são muito bem elaboradas e o vocal de Russel Allen continua foda como sempre. As músicas são complexas, mas nem um pouco entediantes. Musicalmente, é uma verdadeira obra prima.
Mas eu vou dar uma atenção maior para as letras neste post. Não acredito que, para um CD ser bom, ele precise ter letras boas. Este CD do Symphony X se justifica só pela musicalidade, as letras são um bônus, mas um bônus sensacional.
Iconoclast é um álbum conceitual. Todas suas músicas seguem a mesma temática: máquinas tomando o controle de tudo. As músicas parecem estar ambientadas em um lugar onde, em algum momento, as máquinas começaram a pensar e ficaram mais poderosas que os homens. Elas, então, começaram a incorporar as pessoas no seu modo de vida, transformando as pessoas em máquinas também, retirando-lhes as suas imperfeições.
É assim que as letras são ambientadas, algumas apresentando essa situação, outras mostrando as suas consequências. Há um sentimento de resistência e luta no que sobrou na humanidade, mesmo parecendo que o domínio é irreversível. A coragem inclusive é ajudada pelo sentimento de que tudo já está perdido. O ódio e a angústia são sentimentos muito bem demonstrados em músicas como “dehumanized” e “Bastards of the machines”.
Na capa do CD vemos uma pessoa sendo reconstruída. O que mais me chamou a atenção foi a face da máquina que parece ser um símbolo quase sagrado. A face é formada a partir de outras duas faces humanas, valorizando o coletivo em relação ao individual. Como se a face do deus máquina fosse o conjunto de todas as faces, o que importa para as máquinas é o todo, não as partes! A principal luta dos rebeldes é se manterem como indivíduos.
Não deixe de ouvir este CD!
Por que será que ele associa tanto a máquinas?
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