Olá leitor, quem escreve é Bruno Almeida, sou amigo do Vinicius há tanto tempo quanto posso lembrar, estou escrevendo meu primeiro texto no seu blog e espero que todos gostem. Na realidade proponho mais que um texto, quero criar uma experiência. Gosto muito de escrita artística, criar contos e coisas assim, e essa será minha contribuição ao blog. Mais uma vez, espero que gostem.
O alvoroço era constante e as pessoas se amontoavam ao redor de mesas, havia todo tipo delas, dos lugares mais longínquos: homens do sul, do norte, pessoas que não sei dizer bem ao certo da onde eram. Já estava ali há algum tempo e encostado em um canto da bancada apenas observava; pessoas em cima da mesa, com canecos levantados ao alto, entoando canções de suas regiões; homens gritando e simulando o que seria um abate de um grande animal; pessoas se empurrando, se estranhando, rindo e bebendo. Até que aconteceu. Ao meu lado ele passou ainda tímido, me pediu licença com sua mão e atravessou todo aquele mar de gente em direção ao que seria um protótipo, mal acabado, de um palanque.
O homem subiu na estrutura e sentou em uma cadeira que estava a aguardar por ele. O salão se calou ao vislumbrar sua presença. Lentamente o tumulto se tornou um murmúrio, para então se calar secamente e o único ruído que restara era o vento frio do inverno que assobiava nas janelas. O homem retirou seu instrumento de corda de uma mochila de couro. Olhou atentamente ao rosto de cada um, posicionou suas mãos e então começou sua canção.
Introdução violão
Agora todos irão conhecer
Os bardos e suas canções
Quando as horas se passarem
Eu fecharei meus olhos
Em um mundo distante
Nós poderemos nos encontrar novamente
Mas agora ouça minha canção
Sobre o surgimento da noite
Vamos cantar a canção dos bardos
A música falava de heróis do passado. Heróis que viveram as mais revoltas aventuras, em lugares tão gélidos quanto as montanhas do sul, até lugares tão áridos quanto os desertos do oeste. Ascendia os espíritos dos corajosos heróis, nos lembrava dos seus grandes sacrifícios, das batalhas mortais e dos dolorosos fardos. Os heróis se foram, mas seus feitos ficaram imortalizados nas canções dos bardos.
Não sabemos o nome daquele que canta e nem ele quer que saibamos. Não se atente aos detalhes, não o julgue e não pergunte, apenas ouça e viaje em seus contos. Seus mitos não foram escritos e jamais serão, suas parábolas devem ser entoadas por aqueles que revivem os momentos através da música. Portanto, apenas ouça.
solo violão
Existe apenas uma canção
que está em minha mente
Contos de homens corajosos
Que viveram longe daqui
Agora as canções dos bardos terminaram
E é tempo de partir
Ninguém te perguntará pelo nome
Daquele
Que conta a história
O amanhã nos levará para longe
Distante de casa
Ninguém nunca sequer saberá nossos nomes
Mas as canções dos Bardos vão permanecer
Amanhã tudo será conhecido
E você não está sozinho
Então não tenha medo
No escuro e no frio
Porque as canções dos Bardos irão permanecer
Todas elas irão permanecer
Se de súbito a música começou, inesperadamente também terminou. As notas ressoavam ainda na madeira velha que estava em todo lado, um espírito da música continuara mesmo após seu fim. Os olhos ainda atentos de seus ouvintes imploravam por mais alguns acordes, mas eu entendo por que a música teve de cessar, eu ainda quero aquelas fábulas e jamais as esquecerei, pois eu sei... Sei que queria viver aquelas histórias.
Em meus pensamentos e em meus sonhos
Estão sempre em minha mente
Aquelas canções de hobbits, anões e homens
e elfos
Venha, feche seus olhos
Você pode vê-las também
Como eu já tinha falado pro próprio bruno, o texto ficoumuito foda, pegou bem o estilo do Blind. Espero que poste mais!
ResponderExcluirO que achei muito bonito foi a incrível precisão com que a música se encontra com os trechos do texto. Se isso foi proposital, parabéns!!!
ResponderExcluir=**, Jowzinha
Pensando Música.
Então, na verdade era para ser exatamente assim.
ResponderExcluirEu não expliquei, mas a minha idéia é que você leia o texto, e quando chegar em um parte da letra vc dah o play na musica, dps pause, e continua lendo, até um outro play... é isso.
O modo como escreveu ficou muito bom! me deu calafrios!!!
ResponderExcluirComo ler um livro e se transportar para aquele mundo... Eu queria ter vivido na canção de um bardo.
Ainda viverei em uma.
Que lindo!! Essa música me emociona desde a minha infância.
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