O post de hoje é a primeira parte
do profile sobre thrash metal. Nessa parte 1 focarei mais na origem do estilo e
nas bandas clássicas. Daqui a duas semanas postarei sobre outras bandas do
estilo que, apesar de não serem tããão famosas, ajudam ou ajudaram a manter o
estilo vivo e forte até hoje.
Antes de termos uma banda de
thrash metal propriamente dita, tivemos algumas músicas de algumas bandas que
já continham elementos característicos do estilo, como os riffs mais rápidos e
o vocal mais agressivo. De certa forma, o thrash metal começou como um heavy
metal com mais punk e mais velocidade. Exemplos bons dessas músicas
“pré-thrash” são
Symptom Of The Universe do
Black Sabbath e a
Rapid Fire do
Judas Priest.
Mas o estilo realmente nasceu em
1979 com a banda
Venom, que também
fazia parte do New Wave of British Heavy Metal. Pelo fato da banda estar
inserida dentro desse movimento bem característico eles não são tão lembrados
como os fundadores do estilo. Outra banda que já dá para considerar como thrash
metal é o
Motörhead, mas a sonoridade deles vai além do thrash e acabaram sendo
considerados apenas como uma referência.
Apesar de, musicalmente falando, a
Europa ter algumas bandas de thrash metal já no começo dos anos 80, o estilo
ganhou uma visibilidade bem maior nos EUA. Em 1981 era formada uma das maiores
bandas de metal de todos os tempos: o
Metallica.
A banda teve um início relativamente
lento. Tudo começou quando Lars Ulrich (bateria) publicou um anúncio no jornal
procurando pessoas para tocar em uma jam com Tygers of Pan Tang, Diamond Head e
Iron Maiden. James Hetfield (guitarra e vocal) foi um dos que responderam.
Apesar de não ter dado certo a Jam, a banda foi se formando aos poucos com a
entrada de Dave Mustaine (Guitarra) e Cliff Burton (Baixo). Finalmente, em
1983, a banda lança seu primeiro álbum: o “Kill ‘Em All” que já continha
músicas excepcionais como
Whiplash e
Seek and Destroy.
O segundo CD do Metallica, já com
kirk Hammet no lugar de Dave Mustaine na guitarra, foi o “Ride the Lightning”,
outro ótimo CD. Mas o álbum que muitos consideram a obra prima da banda é o
Master of Puppets, o terceiro disco da carreira desses californianos. Este CD
sempre figura nas listas de melhores CDs da história do Metal e não é pra
menos, todo mundo que gosta de thrash metal clássico já deve ter decorado
músicas como
Battery e
Master of Puppets. Talvez o “karma” pra
criar um CD tão importante tenha sido demais para Burton, pois ele acabou
morrendo em um acidente no ônibus da banda.
Com Jason Newsted no baixo a
banda lançou o “... And Justice for All” que manteve o crescimento comercial da
banda chegando ao 6º lugar na
Billboard
200. É desse CD a música
One, cujo vídeo causou controvérsia entre os fãs,
devido o fato de alguns serem contra
esse tipo de exposição mais comercial. O CD seguinte cujo nome é “Metallica”,
mas que ficou conhecido como o “Black álbum”, mostrou uma mudança considerável
na sonoridade da banda. Com músicas mais lentas e uma sonoridade um pouco mais
leve, esse CD foi talvez o mais aclamado pela crítica e pelo publico em geral.
Só quem não gostou muito foram os mais conservadores que consideraram o CD
comercial de mais. É desse CD que vem algumas das músicas mais famosas da banda
como
Nothing Else Matters,
Enter Sandman e
Sad But True. Acho difícil que alguém que freqüente o blog não
conheça Metallica, mas caso seja a sua situação, dica de música não faltou!
O momento em que Dave Mustaine saiu
do Metallica devido às drogas e ao seu temperamento difícil acabou sendo a
fundação de uma das maiores rivalidades da música. Após sair da banda, Dave
Mustaine criou o
Megadeth e a polêmica
do Metallica X Megadeth se arrasta até os dias de hoje. Mas, para mim, não tem
polêmica: Megadeth é melhor! Metallica é muito legal, foi importante para a
fundação de uma das vertentes mais legais da música, mas são poucas as pessoas
que compõem tão bem como Dave Mustaine. É do Megadeth o melhor CD de thrash
metal na minha opinião: o “Rust in Piece”. Eu fico tão maravilhado com os riffs
da
Holy Wars, da
Take no Prisioners e da
Rust
in Peace... Polaris. Que até esqueço a voz estridente do Mustaine.
O Megadeth é a prova que músicas
bem feitas de metal pesado não precisam de um ótimo vocal, nem de uma simulação
de possessão demoníaca. Sem contar que comparar os lançamentos recentes do
Megadeth com os do Metallica é crueldade, enquanto o triunfo do Metallica hoje
em dia é ser adorado por diversos “nichos”, o triunfo do Megadeth é levar o
thrash metal e a arte da composição no heavy metal a um patamar superior. Além
das músicas já citadas, não deixe de ouvir hinos do thrash metal como
Trust e
Symphony of Destruction, ou então a
This Day We Fight que é uma das minhas preferidas da história
recente da banda.
Voltando para 1981, outra banda de
thrash metal estava nascendo na terra do tio Sam, o
Slayer. Depois de
algum tempo tocando covers de bandas como Iron Maiden e Judas Priest, a banda
bancou, em 1983, o seu primeiro álbum intitulado “Show no Mercy” (Os discos do
Slayer sempre têm nomes legais). Mesmo tendo sido produzido e divulgado de
forma independente, a qualidade das composições se destacou e eles começaram a
escrever a sua história na cena headbanger. Em 1985 a banda lançou o “Hell
Awaits”, outro ótimo CD. Mas o primeiro álbum da banda a ter real notoriedade
foi o “Raining Blood” de 1986. Este que é talvez o melhor álbum da banda e com
certeza uma referência para o thrash metal tem duas das melhores músicas da
banda:
Raining Blood e
Angel of Death. O lançamento do Raining
Blood foi complicado devido à abordagem de temas polêmicos, como nazismo e
religião.
Depois de alcançar notoriedade
com o “Raining Blood”, o Slayer lançou álbuns com sonoridades bem peculiares,
que agradaram alguns e desagradaram outros. O CD “South of Heaven“ é um pouco
mais “melódico” e arrastado, o “Diabolus in Musica” incorporou alguns elementos
de nu-metal e por aí vai. Apesar dessas variações, muita coisa boa foi lançada
na história posterior da banda, músicas como
South of Heaven,
Seasons in
Abyss e
Bloodline são ótimos
exemplos. Uma coisa que marca a obra da banda é a forma agressiva de lidar com
temas complicados. Muitas bandas têm a sonoridade agressiva, mas poucos têm
coragem de serem agressivos e polêmicos por completo, e menos ainda chegam aonde
o Slayer chegou.
E para fechar o “Big Four”, outra
banda que influenciou muito o estilo (e que também começou em 1981) é o
Anthrax.
O primeiro lançamento da banda foi o LP “Fistful of Metal”. Já em 1985 eles
lançam o ótimo LP “Spreading The Disease” que contém músicas ótimas como
Madhouse e
A.I.R. Mas eles ainda conseguiram se superar em 1987 com o aclamado
“Among the Living” que contém pérolas como a
Caught in a Mosh, a
Efilnikufesin e a
Indians. A banda continuou lançando bons álbuns e experimentando
misturas inusitadas com o RAP. Apesar de alguns altos e baixos o Anthrax
continua firme e forte, vale a pena dar uma conferida!
Existem muitas bandas de thrash
metal boas, essas só são as mais famosinhas e que deram a dimensão para o
estilo, mas desde o começo da década de 80 o thrash também era produzido com
muita qualidade na Europa, principalmente na Alemanha com bandas como
Kreator,
Destruction,
Sodom e
Tankard. E, mesmo no Brasil, temos o
Korzus e o
Sepultura dessa mesma época. Não vai dar pra falar de tudo, no
próximo profile focarei mais nas bandas que eu gosto e recomendo, será algo mais
pessoal mesmo. Continua!