Quando o heavy metal começou, a
sua principal marca era o místico, o obscuro, o terror. Com o tempo, o estilo
foi se expandido e várias temáticas se tornaram tão comuns quanto o clássico
terror. Porém não é fácil tirar uma identidade tão forte quanto o culto ao medo
presente no início do heavy metal. Claro que, com o passar do tempo, as pessoas
vão se acostumando com a linguagem do heavy metal e o terror das músicas do
Black Sabbath já não são grande coisa (mas musicalmente continuam ótimas).
Enquanto algumas bandas adotaram uma linguagem do medo mais light apenas como
um aperitivo, outras bandas mais extremas criaram e recriaram novas linguagens
para passar esse sentimento. Um ótimo exemplo para ilustrar o que eu estou
falando é o CD novo do Krisiun, o “The Great Execution”.
As letras deste CD são muito bem
escritas e totalmente incorretas, no bom sentido! Uma das melhores
interpretações de uma arena de gladiadores que já ouvi está na faixa Violentia Gladiatore: “Corpos empalados em
lanças de ferro, espetáculos de horror / A platéia da arena celebrando as
bestas com um massivo rugido”. Isso é light ainda comparado com este trecho da Blood of Lions: “Aqui eu venho na
velocidade de um som de assassinato / Cavalgando rápido nas asas de uma guerra
infernal / No meu mundo apenas o mal glorifica, os caminhos do caos para
purificar”. Tudo isso em meio de riffs muito bem elaborados e linhas de vocal
muito bem feitas.
Em meio a essa linguagem extrema
há uma forte crítica a humanidade, e o bode expiatório é, como de praxe, o
cristianismo. As críticas seguem a linha parecida com as de Nietzsche; como, por
exemplo, em um trecho da música que leva o nome do álbum: “Morto é o chamado
salvador / A peste de cristo, eterna mentira universal / Colhendo rezas
quebradas / Nos
campos de
engano, decadência e tristeza”. A fraqueza da humildade e a
mentira da vida após a morte são outras críticas ao cristianismo presentes no
álbum. Além de criticar a religiosidade da humanidade, critica também sua
hipocresia e autodestruição, como no trecho da Extinção em Massa: “Atitude extrema / Falha no esquema / Queda no sistema / inverno
nuclear / Morte por ganância / O fim por ignorância / A maquina não para / Não para
de matar”
O death metal misturado com
elementos de thrash metal forma uma das melhores misturas de estilos de metal.
Krisiun o faz nesse CD de forma primorosa. As músicas que mais gostei foram a “The
Great Execution” e a “Violentia Glatiatore”, mas o CD todo é ótimo. Apesar de
não muito aconselhável para pessoas muito religiosas, ou pudicas, o The Great
Execution é um dos CDs nacionais que não podem passar em branco na sua playlist.
Ainda não peguei o cd, mas tive o imenso prazer de escutar algumas músicas ao vivo no show feito por eles aqui em Natal.
ResponderExcluirO Krisiun nunca decepcionou. Sempre soube se reinventar desde o início e é isso que faz deles uma banda fantástica e de sucesso muito, mas muito merecido mesmo.
A forma como soa é brutal, mas está bem melhor do que há alguns anos atrás... É possível ouvir cada detalhezinho.
=**, Jowzinha
Pensando Música.