domingo, 4 de dezembro de 2011

Review: The Great Execution - A sexta grande extinção está para chegar.


Quando o heavy metal começou, a sua principal marca era o místico, o obscuro, o terror. Com o tempo, o estilo foi se expandido e várias temáticas se tornaram tão comuns quanto o clássico terror. Porém não é fácil tirar uma identidade tão forte quanto o culto ao medo presente no início do heavy metal. Claro que, com o passar do tempo, as pessoas vão se acostumando com a linguagem do heavy metal e o terror das músicas do Black Sabbath já não são grande coisa (mas musicalmente continuam ótimas). Enquanto algumas bandas adotaram uma linguagem do medo mais light apenas como um aperitivo, outras bandas mais extremas criaram e recriaram novas linguagens para passar esse sentimento. Um ótimo exemplo para ilustrar o que eu estou falando é o CD novo do Krisiun, o “The Great Execution”.



As letras deste CD são muito bem escritas e totalmente incorretas, no bom sentido! Uma das melhores interpretações de uma arena de gladiadores que já ouvi está na faixa Violentia Gladiatore: “Corpos empalados em lanças de ferro, espetáculos de horror / A platéia da arena celebrando as bestas com um massivo rugido”. Isso é light ainda comparado com este trecho da Blood of Lions: “Aqui eu venho na velocidade de um som de assassinato / Cavalgando rápido nas asas de uma guerra infernal / No meu mundo apenas o mal glorifica, os caminhos do caos para purificar”. Tudo isso em meio de riffs muito bem elaborados e linhas de vocal muito bem feitas.

Em meio a essa linguagem extrema há uma forte crítica a humanidade, e o bode expiatório é, como de praxe, o cristianismo. As críticas seguem a linha parecida com as de Nietzsche; como, por exemplo, em um trecho da música que leva o nome do álbum: “Morto é o chamado salvador / A peste de cristo, eterna mentira universal / Colhendo rezas quebradas / Nos campos de engano, decadência e tristeza”. A fraqueza da humildade e a mentira da vida após a morte são outras críticas ao cristianismo presentes no álbum. Além de criticar a religiosidade da humanidade, critica também sua hipocresia e autodestruição, como no trecho da Extinção em Massa: “Atitude extrema / Falha no esquema / Queda no sistema / inverno nuclear / Morte por ganância / O fim por ignorância / A maquina não para / Não para de matar”



O death metal misturado com elementos de thrash metal forma uma das melhores misturas de estilos de metal. Krisiun o faz nesse CD de forma primorosa. As músicas que mais gostei foram a “The Great Execution” e a “Violentia Glatiatore”, mas o CD todo é ótimo. Apesar de não muito aconselhável para pessoas muito religiosas, ou pudicas, o The Great Execution é um dos CDs nacionais que não podem passar em branco na sua playlist.


Um comentário:

  1. Ainda não peguei o cd, mas tive o imenso prazer de escutar algumas músicas ao vivo no show feito por eles aqui em Natal.
    O Krisiun nunca decepcionou. Sempre soube se reinventar desde o início e é isso que faz deles uma banda fantástica e de sucesso muito, mas muito merecido mesmo.
    A forma como soa é brutal, mas está bem melhor do que há alguns anos atrás... É possível ouvir cada detalhezinho.

    =**, Jowzinha
    Pensando Música.

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