domingo, 15 de janeiro de 2012

Review - Unbreakable: "Bad Guys" tocam heavy metal old school

Em um estilo musical com tantas bandas, estilos e tipos diferentes de fãs é normal que não seja um estilo estático. Aliás, é bem possível que a resistência que o heavy metal demonstra em não envelhecer venha do fato de estar sempre se reinventando. Claro que esse fenômeno tem seus efeitos colaterais, muitas bandas conseguem apresentar uma sonoridade interessante em seus primeiros CDs, ganham notoriedade com ela; mas, quando dão sequência em suas carreiras, fazem escolhas ruins e acabam vivendo de um ou dois CDs. Ou então há casos em que bandas se prendem tanto em um único tipo de sonoridade que começam a ficar repetitivas. O “Unbreakable” do Primal Fear não comete nenhum desses dois erros.
 


O Primal Fear é muito fiel a sua sonoridade e é o tipo de banda que corre o risco de ser repetitiva. Eu não duvido que haja pessoas que pensem isso do Unbreakable, porém o tipo de metal que o Primal Fear faz merece ser explorado mais. O som da banda é muito marcado por riffs, pelo vocal agudo do Scheepers e pelos refrões bem trabalhados. Descrever a sonoridade do Primal Fear é praticamente definir o heavy metal, exigir de bandas que fazem esse som mais “cru” que se atualizem, ou que se “modernizem” pode ser um tiro no pé. Primeiro porque teria que se admitir o risco de um CD muito mais artificial, segundo que ficaria um buraco no estilo. Lançamentos de bandas como Primal Fear, Judas Priest ou AC/DC são garantias de boas músicas, porque sabemos que eles não vão arriscar.

Claro que também não dá pra falar que o Primal Fear não muda. Fazendo uma análise da discografia da banda dá pra perceber um movimento. A banda em seus primeiros CDs era muito mais melódica, com músicas mais “arrastadas” por assim dizer. Mas essas mudanças não ocorreram de um CD para o outro, ela percorre toda a obra da banda, parecendo que foi algo não premeditado.


 
Unbreakable tem ótimas músicas, apesar de muitas parecidas entre si, o estilo do Primal Fear é difícil de enjoar. Gostei muito da “Give ‘em Hell”, da “And There Was Silence” e da “Blaze of Glory”. Eu acho muito legal também os temas das letras do álbum. Não tem tema melhor pra se fazer uma música de heavy metal que o próprio heavy metal e coisas como guerra, orgulho etc. O ano de 2012 começa já muito bem com Unbreakable, não deixe de ouvir.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Raio X: Run to the Hills - Assassinando por liberdade, esfaqueando pelas costas

 

O homem branco veio atravessando o mar
Ele nos trouxe dor e miséria
Ele matou nossa tribo, matou nossa crença
Ele pegou nosso jogo para seu próprio proveito
Nós lutamos forte, lutamos bem
Lá nas planícies, nós lhe demos o inferno
Mas muitos vieram, demais para acreditar
Oh, será que seremos libertados?

Cavalgando por nuvens de poeira e terras estéreis
Galopando em disparada nas planícies
Perseguindo os peles-vermelhas de volta para suas tocas
Lutando com eles em seu próprio jogo
Assassinando por liberdade, esfaqueando pelas costas
Mulheres, crianças e covardes, ataquem!

Corra para as colinas
Corram por suas vidas!
Corra para as colinas
Corram por suas vidas!

Soldado azul nas terras estéreis
Caçando e matando sua caça
Estuprando as mulheres
E enfraquecendo os homens
Os únicos índios bons são domados
Vendendo a eles Uísque
E tomando o seu ouro
Escravizando o jovem e destruindo o velho

Corra para as colinas
Corram por suas vidas!
Corra para as colinas
Corram por suas vidas!




O primeiro raio x do blog foi do Iron Maiden, então nada mais justo eles serem a primeira banda a ter um segundo raio x. Não é só por isso que escolhi repetir o Iron Maiden, todo fã de metal sabe da qualidade das letras da banda e principalmente daquelas que têm literatura ou história como tema. Pensando nas músicas com tema histórico do Iron, uma das mais aclamadas é a Run to the Hills.

A música fala das guerras que os colonos americanos travaram com os nativos dos EUA. É interessante como a letra é informativa e ao mesmo tempo sonora. Não é tão fácil narrar eventos históricos sem dar uma de professor, mas isso o Steve Harris consegue fazer muito bem na Run to the Hills. Até da pra imaginar as cenas dos cruéis soldados queimando vilas e matando Índios.

Antes dos Ingleses chegarem a América do Norte ela era dividida por várias tribos que no geral eram caçadores e coletores. Diferentemente das civilizações da América central e dos Andes, eles não tinham escrita e nem grandes cidades, mas eram povos complexos com rituais e mitos diversificados, além de diversas formas de se organizar socialmente. A base, entretanto, segue a lógica tribal de poder aos mais velhos, divisão do trabalho entre homens e mulheres e muitos rituais de passagem.



Muitas vezes ouvimos falar que a facilidade dos espanhóis em destruir toda a civilização ameríndia veio da diferença cultural das duas civilizações e isso teria causado a errada impressão que os espanhóis eram deuses. Apesar de realmente haver profecias de alguns povos sobre deuses vindos do mar e, em alguns lugares (como no Havaí), realmente os brancos terem sido tratados como representações de divindades, só isso é muito pouco para justificar o fim de uma civilização tão numerosa. Acredito que o fator principal da vitória dos europeus tenha sido, além da superioridade militar, a determinação em conquistar a América a qualquer custo. Os espanhóis foram tão cruéis em suas ações e tão mesquinhos em suas estratégias e traições, que um povo mais espiritual como os nativos da América não estavam preparados para enfrentar. A forma como eles tratavam os escravos e destruíam as vilas não devia ser fácil de assimilar por um povo que viveu tanto tempo isolado.



Voltando para a música, ela mostra o lado norte-americano da conquista e exprime muito bem o horror que nós brancos podemos causar quando achamos necessário. Apesar de os americanos terem sido famosos em sua luta pela liberdade e pela democracia, eles não mediram esforços para tomar as terras indígenas e praticar um genocídio no processo. O pensamento de tomar a força o que interessa não é exclusividade dos americanos, até o fim da segunda guerra mundial ainda se acreditava que o europeu colonizador estava levado civilização aos nativos.

É importante que músicas como Run to the Hills cantem sobre os nossos erros para que não os cometamos mais. O que acontece no Iraque e no Afeganistão hoje até pode ser encarado por esse prisma, alguns ainda acreditam que vale a pena entrar em guerra contra um povo para libertá-lo. Apesar de já ser vista com maus olhos pelo mundo hoje, qual será a versão sobre as guerras imperialistas atuais nos livros de história do futuro? E nas músicas de Heavy Metal?



domingo, 8 de janeiro de 2012

Review: Balls Out - Nada combina mais com Glam Metal do que bom (ou péssimo) humor


Atenção: Este post não é nenhum pouco recomendado para pessoas sem senso humor, feministas, defensores dos direitos humanos, pessoas politicamente corretas etc. Resumindo: este post não é recomendado para ninguém com o pingo de bom senso.

Quando olhamos para os anos 80, auge do Glam Metal e da adoração dos “rockstars” e paramos apenas para ler as letras, temos a impressão de que foram tempos belos e românticos. É praticamente impossível uma banda de Hard Rock dessa época que não tivesse várias baladinhas com juras de amor infinito. Mas sabemos que na prática o que acontecia era o inverso. Pelo menos a fama dos astros do rock passava longe da monogamia e do respeito as nossas companheiras do sexo feminino. Como seria se eles fossem sinceros nas músicas? É dessa premissa que vem o humor do álbum “Balls Out” do Steel Panther.



Eu gostei muito da sonoridade do CD. Apesar de ser uma banda de paródia, o Steel Panther não economiza nas composições. Talvez soe um pouco “anos 90” de mais; mas eu gosto muito deste tipo de Hard Rock, não ligo de ouvir seus clichês de novo. O som parece muito com Skid Row, Mötley Crue, Mr. Big e afins e acho que esse tipo de música fez falta nesse ano de 2011. Apesar de bem clichês, as baladas têm melodias interessantes e as músicas mais pesadas têm riffs legais e um bom vocal de Michael Starr (Ralph Saenz).

Apesar de o CD já valer pela sonoridade, as letras são um show a parte. A banda vai ao limite da falta de noção e escreve as coisas mais absurdas que você possa imaginar. As letras são de botar inveja em qualquer funkeiro, duas das músicas são apenas sobre sexo anal, outras duas explicam como se tratar as mulheres e por aí vai. É muito difícil para qualquer pessoa ler essas letras e não se sentir ofendido (e, principalmente, ofendida) por alguns trechos como É para isso que as garotas são feitas: costurar, cozinhar e ter boa aparência, ou então: Acerte-a na bunda, trate-a como um bixo, foda aquela moça direito, isso porque eu peguei leve na tradução (e na escolha dos trechos).



Mas, se você consegue relativizar e levar na brincadeira, o Balls Out é uma ótima pedida para quem gosta de Glam Metal. Eu gostei muito das músicas “Tomorrow Night”, “Gold-Digging Whore” e da “Supersonic Sex Machine”. As baladas são mais legais pelo humor mesmo, até o Starr ri durante a gravação de “Weenie Ride”. Se você puder desligar seu pudor e o seu bom senso, ouça Balls Out!


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Raio X: Highway to Hell - Vivendo fácil, vivendo livre

 

Vivendo fácil, vivendo livre
Um bilhete para a temporada em uma rua de mão única
Sem pedir nada, me deixe em paz
Pegando tudo em meu caminho
Não preciso de razão, não preciso de rima
Não tem nada que eu prefira fazer
Descendo, hora da festa
Meus amigos vão estar lá também

Estou na estrada para o inferno

Sem sinais de "pare", sem limites de velocidade
Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade
Como uma roda, vou rodar
Ninguém vai me sacanear
Ei Satã, paguei minhas dívidas
Tocando em uma banda de rock
Ei mamãe, olhe para mim
Estou no meu caminho para a terra prometida
                                                 
Estou na estrada para o inferno
Não me pare

E eu vou descendo, descendo até o fim
Estou na estrada para o inferno



No primeiro raio x do ano não poderia deixar de falar de uma música clássica. Highway To Hell é uma das músicas mais conhecidas do rock, enquanto o AC/DC é praticamente uma unanimidade. Além de ser uma música foda, a Highway To Hell tem bastante história.
                                                              
Tudo começou quando um jornalista perguntou a Angus Young como era a vida estando sempre em turnê, a resposta foi: “It’s a fucking highway to hell”. Os rumores de que a banda teria algum envolvimento com satanismo começaram a crescer (acho que toda banda de sucesso deve ter passado por isso) e a capa do próprio CD “Highway to Hell” não ajudou muito na defesa dos australianos. Apesar de eles sempre negarem qualquer envolvimento com o satanismo.

A letra da música em si parece até bem simples. Não acredito que ela tenha algum significado muito profundo além de viver na estrada como estrelas do rock indo ao encontro do inferno, por assim dizer. Mas, quando a mensagem é simples, ela abre bastante espaço para a interpretação e para a especulação e é isso que eu vou fazer aqui.



Uma vez ouvi em um podcast que hoje em dia vivemos menos porque temos medo da morte. A teoria é que se tratássemos a morte como algo mais natural, nós nos arriscaríamos mais e que “arriscar” é viver no fim das contas. Acho que esse tipo de visão combina bem com o teor da música.

Vendo a morte da perspectiva de um rockeiro, o destino mais sonoro é o inferno. Pense se a música se chamasse “highway to heaven”, causaria o mesmo impacto? Eu acho que não. O inferno, na minha opinião, é apenas a metáfora para morte, enquanto a estrada é a metáfora para a vida. Juntando tudo, a idéia é que viver é ir em direção a morte.

E como a vida é apenas uma única estrada e com um único sentido, tentar evitar o destino é um esforço em vão. Aquela máxima de que “o que se leva da vida é a vida que se leva” se encaixa bem com a letra da Highway to Hell. Já que o “sentido” da vida é a morte, não existiria um jeito “certo” de se viver: Não preciso de razão, não preciso de rima. Não vale a pena fazer qualquer outra coisa que você não queira ou, pelo menos, não tenha uma motivação clara. A ideia que me parece forte na música é que a gente mesmo escreve a nossa história, dentro das limitações impostas pela vida.

Claro que isso é só uma interpretação, mas a forma como Bon Scott morreu: sufocado pelo próprio vômito dormindo bêbado no banco de trás do carro de um amigo, seis meses depois do lançamento da Highway to Hell, música que ele ajudou a escrever, diz muito sobre como ele levava a vida. E, talvez, devido à visão de vida que ele tinha, ele tenha morrido feliz.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Profile: Thrash Metal - Agora a coisa ficou séria! (Parte 1)


O post de hoje é a primeira parte do profile sobre thrash metal. Nessa parte 1 focarei mais na origem do estilo e nas bandas clássicas. Daqui a duas semanas postarei sobre outras bandas do estilo que, apesar de não serem tããão famosas, ajudam ou ajudaram a manter o estilo vivo e forte até hoje.

Antes de termos uma banda de thrash metal propriamente dita, tivemos algumas músicas de algumas bandas que já continham elementos característicos do estilo, como os riffs mais rápidos e o vocal mais agressivo. De certa forma, o thrash metal começou como um heavy metal com mais punk e mais velocidade. Exemplos bons dessas músicas “pré-thrash” são Symptom Of The Universe do Black Sabbath e a Rapid Fire do Judas Priest.

Mas o estilo realmente nasceu em 1979 com a banda Venom, que também fazia parte do New Wave of British Heavy Metal. Pelo fato da banda estar inserida dentro desse movimento bem característico eles não são tão lembrados como os fundadores do estilo. Outra banda que já dá para considerar como thrash metal é o Motörhead, mas a sonoridade deles vai além do thrash e acabaram sendo considerados apenas como uma referência.


Apesar de, musicalmente falando, a Europa ter algumas bandas de thrash metal já no começo dos anos 80, o estilo ganhou uma visibilidade bem maior nos EUA. Em 1981 era formada uma das maiores bandas de metal de todos os tempos: o Metallica. A banda teve um início relativamente lento. Tudo começou quando Lars Ulrich (bateria) publicou um anúncio no jornal procurando pessoas para tocar em uma jam com Tygers of Pan Tang, Diamond Head e Iron Maiden. James Hetfield (guitarra e vocal) foi um dos que responderam. Apesar de não ter dado certo a Jam, a banda foi se formando aos poucos com a entrada de Dave Mustaine (Guitarra) e Cliff Burton (Baixo). Finalmente, em 1983, a banda lança seu primeiro álbum: o “Kill ‘Em All” que já continha músicas excepcionais como Whiplash e Seek and Destroy.

O segundo CD do Metallica, já com kirk Hammet no lugar de Dave Mustaine na guitarra, foi o “Ride the Lightning”, outro ótimo CD. Mas o álbum que muitos consideram a obra prima da banda é o Master of Puppets, o terceiro disco da carreira desses californianos. Este CD sempre figura nas listas de melhores CDs da história do Metal e não é pra menos, todo mundo que gosta de thrash metal clássico já deve ter decorado músicas como Battery e Master of Puppets. Talvez o “karma” pra criar um CD tão importante tenha sido demais para Burton, pois ele acabou morrendo em um acidente no ônibus da banda.

Com Jason Newsted no baixo a banda lançou o “... And Justice for All” que manteve o crescimento comercial da banda chegando ao 6º lugar na Billboard 200. É desse CD a música One, cujo vídeo causou controvérsia entre os fãs, devido o fato de alguns serem contra esse tipo de exposição mais comercial. O CD seguinte cujo nome é “Metallica”, mas que ficou conhecido como o “Black álbum”, mostrou uma mudança considerável na sonoridade da banda. Com músicas mais lentas e uma sonoridade um pouco mais leve, esse CD foi talvez o mais aclamado pela crítica e pelo publico em geral. Só quem não gostou muito foram os mais conservadores que consideraram o CD comercial de mais. É desse CD que vem algumas das músicas mais famosas da banda como Nothing Else Matters, Enter Sandman e Sad But True. Acho difícil que alguém que freqüente o blog não conheça Metallica, mas caso seja a sua situação, dica de música não faltou!


O momento em que Dave Mustaine saiu do Metallica devido às drogas e ao seu temperamento difícil acabou sendo a fundação de uma das maiores rivalidades da música. Após sair da banda, Dave Mustaine criou o Megadeth e a polêmica do Metallica X Megadeth se arrasta até os dias de hoje. Mas, para mim, não tem polêmica: Megadeth é melhor! Metallica é muito legal, foi importante para a fundação de uma das vertentes mais legais da música, mas são poucas as pessoas que compõem tão bem como Dave Mustaine. É do Megadeth o melhor CD de thrash metal na minha opinião: o “Rust in Piece”. Eu fico tão maravilhado com os riffs da Holy Wars, da Take no Prisioners e da Rust in Peace... Polaris. Que até esqueço a voz estridente do Mustaine.

O Megadeth é a prova que músicas bem feitas de metal pesado não precisam de um ótimo vocal, nem de uma simulação de possessão demoníaca. Sem contar que comparar os lançamentos recentes do Megadeth com os do Metallica é crueldade, enquanto o triunfo do Metallica hoje em dia é ser adorado por diversos “nichos”, o triunfo do Megadeth é levar o thrash metal e a arte da composição no heavy metal a um patamar superior. Além das músicas já citadas, não deixe de ouvir hinos do thrash metal como Trust e Symphony of Destruction, ou então a This Day We Fight que é uma das minhas preferidas da história recente da banda.


Voltando para 1981, outra banda de thrash metal estava nascendo na terra do tio Sam, o Slayer. Depois de algum tempo tocando covers de bandas como Iron Maiden e Judas Priest, a banda bancou, em 1983, o seu primeiro álbum intitulado “Show no Mercy” (Os discos do Slayer sempre têm nomes legais). Mesmo tendo sido produzido e divulgado de forma independente, a qualidade das composições se destacou e eles começaram a escrever a sua história na cena headbanger. Em 1985 a banda lançou o “Hell Awaits”, outro ótimo CD. Mas o primeiro álbum da banda a ter real notoriedade foi o “Raining Blood” de 1986. Este que é talvez o melhor álbum da banda e com certeza uma referência para o thrash metal tem duas das melhores músicas da banda: Raining Blood e Angel of Death. O lançamento do Raining Blood foi complicado devido à abordagem de temas polêmicos, como nazismo e religião.

Depois de alcançar notoriedade com o “Raining Blood”, o Slayer lançou álbuns com sonoridades bem peculiares, que agradaram alguns e desagradaram outros. O CD “South of Heaven“ é um pouco mais “melódico” e arrastado, o “Diabolus in Musica” incorporou alguns elementos de nu-metal e por aí vai. Apesar dessas variações, muita coisa boa foi lançada na história posterior da banda, músicas como South of Heaven, Seasons in Abyss e Bloodline são ótimos exemplos. Uma coisa que marca a obra da banda é a forma agressiva de lidar com temas complicados. Muitas bandas têm a sonoridade agressiva, mas poucos têm coragem de serem agressivos e polêmicos por completo, e menos ainda chegam aonde o Slayer chegou.


E para fechar o “Big Four”, outra banda que influenciou muito o estilo (e que também começou em 1981) é o Anthrax. O primeiro lançamento da banda foi o LP “Fistful of Metal”. Já em 1985 eles lançam o ótimo LP “Spreading The Disease” que contém músicas ótimas como Madhouse e A.I.R. Mas eles ainda conseguiram se superar em 1987 com o aclamado “Among the Living” que contém pérolas como a Caught in a Mosh, a Efilnikufesin e a Indians. A banda continuou lançando bons álbuns e experimentando misturas inusitadas com o RAP. Apesar de alguns altos e baixos o Anthrax continua firme e forte, vale a pena dar uma conferida!

Existem muitas bandas de thrash metal boas, essas só são as mais famosinhas e que deram a dimensão para o estilo, mas desde o começo da década de 80 o thrash também era produzido com muita qualidade na Europa, principalmente na Alemanha com bandas como Kreator, Destruction, Sodom e Tankard. E, mesmo no Brasil, temos o Korzus e o Sepultura dessa mesma época. Não vai dar pra falar de tudo, no próximo profile focarei mais nas bandas que eu gosto e recomendo, será algo mais pessoal mesmo. Continua!



domingo, 1 de janeiro de 2012

Review: The Landing - A hora do salvador de ferro voltar chegou!


Depois de um período razoável de férias do blog, estou de volta para mais um review! Esse e o próximo review ainda serão de álbuns lançados em 2011, mas a partir do meio do mês já começarei a acompanhar os CDs lançados em 2012. Com o blog acompanhando semana a semana os lançamentos do mundo headbanger, esse espaço vai acabar assumindo uma cara de “o melhor CD da semana”, a não ser em alguns casos em que dois ótimos CDs sejam lançados na mesma semana, ou uma semana sem nenhum CD interessante. Voltando ao post, a penúltima recomendação do que foi lançado em 2011 é o álbum “The landing” do Iron Savior.



O “The Landing” é um álbum interessante de power metal por ter uma sonoridade bem pesada e direta apesar de a maioria das letras terem temas épicos sobre fim do mundo e guerras contra demônios invencíveis. Normalmente quando uma banda faz um CD relativamente conceitual alguns elementos são utilizados para causar uma sensação de grandeza ou algo do tipo. Entre esses elementos, o uso constante de teclado, músicas grandes e refrões rebuscados são bons exemplos.

Mas no “The Landing” você não encontrará nada disso. Apesar de a grande maioria das músicas serem sobre o “salvador de ferro” que viajou pelas galáxias buscando uma resposta para conter o fim da humanidade (algo assim), ou sobre o vingador que veio do nada matar todos os invasores e trazer “justiça para a cidade”, a sonoridade dessas músicas é de um heavy metal bem à moda antiga, algo que o Judas Priest sempre fez muito bem. Pra quem gosta de um metal mais clássico, esse CD é uma ótima dica.



Eu gosto de todas as músicas desse álbum, deve ser pelo fato de ele não ter grandes variações (e também ser um álbum  curto, só 50 minutos). As que mais se destacaram talvez tenham sido a “The Savior”, a “Starlight” e a “Faster than All” As três parecem falar do mesmo personagem escolhido para salvar a humanidade. Tem também a “R U Ready” que faz uma homenagem aos clássicos do rock e do heavy metal. Não deixe de ouvir o “The Landing”!